Considerada a maior especialista do mundo em reconstrução total de orelhas, a cirurgiã plástica Françoise Firmin coordenou um mutirão na Sociedade Brasileira de Pesquisa e Assistência para Reabilitação Craniofacial (Sobrapar), em Campinas/SP. Os procedimentos totalizaram 12 operações em pacientes já tratados no hospital.
As deformidades de orelha, chamadas de microtias, atingem 01 a cada 6.000 nascidos vivos e são mais comuns no sexo masculino. Na maioria das vezes, o problema ocorre em apenas uma das orelhas. Mas em 10% a 20% dos casos há deformação nas duas orelhas.
“É uma oportunidade para reunir nossos pacientes e fazer uma série de cirurgias com a equipe médica do hospital, contando com a participação de uma das maiores profissionais nessa área”, diz César Augusto Raposo do Amaral, cirurgião da Sobrapar.
Ele já conhecia a especialista por intermédio do pai — o também cirurgião plástico Cássio Raposo do Amaral, criador da Sobrapar — e retomou este contato, quando passou um mês em Paris, acompanhando o trabalho da médica.
Para Françoise, a troca de experiência com outros médicos ajuda a aperfeiçoar a técnica. “Não se trata de uma missão, mas uma proposta de ensinar. Na medicina, precisamos transmitir o que sabemos aos outros. E isso se faz na prática, vendo as complicações, melhorando e aprendendo com os erros”, afirma a médica.
Hoje, poucos cirurgiões plásticos fazem esse tipo de cirurgia. Assim, a francesa seleciona os mais habilidosos para capacitá-los e difundir a técnica. Experiência não falta à cirurgiã, que contabiliza mais de 2,6 mil operações.
“A técnica ocorre em duas etapas: a reconstrução e o descolamento, após cerca de seis meses”, explica Amaral. O procedimento é indicado a partir dos 8 ou 9 anos, mas não tem limite de idade. Entre as pacientes mais entusiasmada está a estudante Bianca Felipe da Silva, de 12 anos, que nasceu com deformidade na orelha direita. “Estou ansiosa e feliz. Não vejo a hora de tirar o curativo”, diz Bianca, de Ribeirão Preto.
“Ela sempre usou cabelo comprido, mas não tinha problema com as amigas. Mas quando alguém a encarava, ela ficava incomodada”, conta o pai, José Roberto Rodrigues da Silva. Outro desejo de Bianca é usar brincos. “O primeiro presente que ela vai ganhar assim que o processo estiver concluído”, adianta Silva. A menina passou pelo procedimento e, segundo o pai, o médico informou que a “orelha ficou perfeita”.
Para Amaral, a visita de Françoise é uma grande oportunidade para médicos e pacientes. Ele destaca que a reconstrução de orelha vai muito além de um procedimento estético.
“A microtia leve não causa muitos danos. Mas na forma severa traz perda de audição, além de problemas emocionais e psicológicos”, afirma.
A cirurgiã fará a avaliação geral dos pacientes operados durante a semana. O acompanhamento dos casos fica a cargo da equipe da Sobrapar.
(Colaborou Fernanda Nogueira Souza/AAN)
SAIBA MAIS - A Sobrapar é único hospital no Brasil formado por uma equipe interdisciplinar que busca não apenas corrigir os defeitos de crânio e face com cirurgias, mas integrar o indivíduo à sociedade.
Soma mais de 200 mil atendimentos desde a fundação, em 1979. Somente em 2009, foram realizadas 1.200.000 operações e mais de 18.000 consultas.
“Quando se fala em anomalia facial, há ainda muito desconhecimento. Procuramos sempre passar informações claras aos pacientes e à população sobre as doenças e as deformidades que tratamos”, diz a presidente da Sobrapar, Vera Raposo do Amaral.
FONTE: Delma Medeiros, da Agência Anhanguera - delma@rac.com.br
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