sábado, 13 de fevereiro de 2010

FISSURAS LABIOPALATINAS: ALGUNS CUIDADOS BÁSICOS

Existem 4 grupos para o problema de fissurados, todos de fácil identificação:

Estética da face - É o mais agressivo dos problemas. A deformidade no rosto, se não resolvida, pode abalar toda a vida da criança e sua família. Em casos mais sérios o fissurado chega a viver escondido, isolado de qualquer contato social.

Fala - O paciente pode apresentar dificuldades na alimentação, ações na fala e voz hipernasal; ajustar tais fatores é de responsabilidade do fonoaudiólogo.

Audição - Em função de diversos desarranjos das vias aéreas, há a possibilidade de perda auditiva; se o tratamento for realizado a tempo com a equipe de otorrinolaringologia, esse risco diminui consideravelmente.

Articulação dentária - A falta do osso na maxila resulta numa irregularidade da posição dos dentes da arcada dentária. Se o protocolo de intervenções de Cirurgiões-dentistas e ortodontistas for seguido, o problema é reduzido ou totalmente eliminado. Milhares de pessoas sofrem com os problemas causados pela fissura labiopalatina, e não somente as crianças.
No Brasil, existem muitos adultos que sofrem com o drama da malformação dos lábios. Isto porque eles não sabem que este problema pode ser tratado.

Algumas regras e técnicas simples serão explicadas a seguir:

O bebê portador de fissura tem problemas para alimentar-se, os mais comuns são:
• Maior cansaço devido a mais esforço para sugar;
• Tosse e engasgos quando o alimento "escapa" pelo nariz;
• Sucção dificultada pela diminuição da pressão intra oral;
• Tempo de mamada mais prolongada;
• Pouca estabilidade ao bico.

A frequência destes problemas variará de acordo com o tipo de fissura sendo mais comum no "céu-da-boca" (palato) do que nas de lábio.

Técnicas que auxiliam na amamentação:
• Não deixar o seio muito cheio de leite;
• Deixar o mamilo sempre bem macio (tire um pouco de leite com a mão se necessário);
• Variar bem as posições do bebê até adaptá-lo a um que favoreça sua sucção;
• Oferecer o seio sempre que o bebê quiser, sem fiscalizar horários ou tempo, e sempre que iniciar o aleitamento pelo seio que estiver com mais leite;
• Ajudar o início da mamada, espremendo um pouco o leite na boca do bebê até que ele "abocanhe" bem o mamilo;
• Amamentá-lo num local gostoso e tranquilo;
• A mãe deve tomar bastante líquidos e ter uma alimentação sadia e natural.

Técnicas que favorecem a alimentação da criança portadora de fissura:
• Verificar se a criança está limpa (trocá-la se necessário);
• Lavar bem as mãos;
• Fazer higiene da boca e do nariz com cotonetes molhados em água fervida, antes e depois da alimentação;
• Manter a criança em posição semi sentada, ao oferecer alimentos, para evitar que elas voltem pelo nariz;
• Fazer paradas durante a mamada para que a criança arrote;
• Não evitar o lado da fissura, ao contrário, estimulá-lo para exercitar a musculatura afetada;
• Após as mamadas, colocar a criança de lado para que não haja risco de sufocar;
• Ter tranquilidade, pois cada mamada pode durar de 20 a 30 minutos;
• Caso encontre problemas em amamentar o bebê ou ele esteja chorando mais que o normal, procure orientação do pediatra antes de tomar qualquer atitude;
• Na impossibilidade de a criança sugar no seio, a alimentação poderá ser efetivada com a utilização de bicos ortodônticos para melhor posicionamento e estimulação dos músculos orofaciais, o que diminui sequelas.

Cuidados com a higiene:

Banhos - Devem ser diários (lavando-se inclusive a cabeça), sempre no mesmo horário e com sabão neutro. O talco não deve ser usado.

Roupas - Devem estar sempre limpas e passadas a ferro; não misturar com as demais roupas da casa; a criança deve estar sempre vestida de acordo com o clima.
Mamadeiras, bicos, roscas, protetores e válvulas devem ser lavados com escovinhas apropriadas e fervidos por 20 minutos.

Se você ainda tem alguma dúvida, entre em contato com o CAIF

Fonte: http://www.saude.pr.gov.br/caif/ - Dra. Vanna Honda.