quarta-feira, 8 de setembro de 2010

JORNADA DE FISSURAS EM MINAS GERAIS















XIX JORNADA MINEIRA DE FISSURAS LABIOPALATINAS

CAXAMBU/MG - COMPONENTE DO 43º COSMO -

CONGRESSO SUL MINEIRO DE ODONTOLOGIA - 20 a 25.09.2010.



XIX JORNADA MINEIRA DE FISSURAS LABIOPALATINAS

PROGRAMAÇÃO

5ª Feira – 23/09/10

14h30min – Abertura - Dra. Lucy Dalva Lopes Mauro.

14h40min – Dr. Ageu de Lorenzo - Novo conceito em brackets.

15h10min – Dra. Maria Fernanda Mauro - PAM Cl III
– Guia Póstero Anterior Marinho.

15h40min – Dra. Lidia Protzenko Cervante - Estudo comparativo dos resultados do atendimento ortopédico maxilar neonatal, pré e pós cirúrgico com atendimento tardio – resultados a longo prazo.

16h10min – INTERVALO

16h20min – Dra. Alice Heleno Basso - A importância do atendimento hospitalar e domiciliar – equipamento itinerante e suas aplicações.

16h50min – Dra. Dulce Maria F. S. Martins
Mesa de Cirurgia plástica Reparadora.

17h20min – Dra. Zaíra Amaral Alves de Abreu
Estágio atual da indicação de protetores bucais para atletas de vários esportes.

17h50min – Dr. Clóvis Marzola - Transplantes dentais.

6ª Feira – 24/09/10

8h30min – Dr. Rubens Barros de Azevedo - Atuação da ABFP-RN.

9h00 – Dr. Stênio Medeiros Queiróz - Programa de Atendimento ao Portador de FLP na UFRN e II Curso de Extensão ao Portador de Anomalias Craniofaciais (FLP) no HOSPED/UFRN.

9h30min – Dra. Fabiane Priscila Tiago Santos - Aparatologia específica para auxiliar à fonoterapia e o otorrino na fissura labiopalatina.
10h00 – INTERVALO

10h20min – Dr. Clóvis Marzola - Trauma Dental.

10h50min – Dra. Lidia Protzenko Cervante
Ortopedia maxilar neonatal e tutores nasais.

11h20min - Dr. Alfeu Vitelli Marinho Filho
Avaliação da curva tuberal através de radiografias periapicais.

11h50min - Dr. Ager de Lorenzo
Um novo conceito em reabilitação oral interligado ao articulador ADL

12h20min – Dr. Renato O. F. Geromel - DTM
O Bucomaxilofacial na equipe multidisciplinar.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

INSCRIÇÕES NO SIMPÓSIO DE SALVADOR

As informações gerais sobre o 1º Simpósio Norte Nordeste de Fissuras Labiopalatinas e Deformidades Craniomaxilofaciais, que será realizado dias 22 e 23 de outubro próximo, poderão ser colhidas no blog http://www.abfpba.blogspot.com/

Será um evento de alto nível, com Professores internacionais: ERIC HUBLI (EUA) e RICARDO BENNUN (Argentina), além de participantes nacionais igualmente ilustres.

O investimento nas inscrições está assim discriminado:
Médicos - R$ 150,00;

Não Médicos - R$ 100,00;

Estudantes - R$ 80,00.
DEPÓSITO BANCÁRIO:
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - Agência: 1021 - Operação: 003
Conta corrente: 902-6
Confirmar o depósito pelo e-mail: b.fernandez@ig.com.br

O Hotel Vila Galé oferece preços especiais bastante atratativos, a conferir:

IMPERDÍVEL!!!

domingo, 5 de setembro de 2010

AMAMENTAÇÃO EM BEBÊS FISSURADOS

Amamentação em Bebês Portadores de Fissuras Congênitas Labiopalalatais

Fonte: www.odontologiainfantil.8m.com (Ver fotos)

A. M. F. ARANHA*, C. DUQUE*, C. F. C. CARRARA**, B. COSTA***, M. R. GOMIDE***.

* Alunas do Curso de Especialização em Odontopediatria do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais - USP- Bauru.
** Mestre em Odontopediatria pela Faculdade de Odontologia - USP- Bauru. Odontopediatra do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais - USP- Bauru.
*** Mestre e Doutora em Odontopediatria pela Faculdade de Odontologia - USP- Bauru. Odontopediatra do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais - USP- Bauru.

SINOPSE
Os autores evidenciam os tipos de fissuras lábio-palatais, as principais dificuldades alimentares e técnicas utilizadas para a amamentação de bebês portadores dessas fissuras, com o objetivo de informar a todos os profissionais da saúde e pessoas interessadas em promover os benefícios do aleitamento materno. UNITERMOS: amamentação, fissura lábio-palatal

INTRODUÇÃO
As fissuras lábio-palatais são malformações anatômicas que ocorrem, geralmente, em torno da quarta e décima segunda semana de vida intra-uterina, respectivamente, por falta ou deficiência de fusão dos processos maxilares e nasal médio e/ou dos processos palatinos, devido a interação de fatores genéticos e ambientais. Sua prevalência é de um caso a cada 650 nascimentos 6.

As fissuras lábio-palatais são passíveis de correção e não devem impedir o indivíduo de levar uma vida normal. Contudo, desde o nascimento, as crianças portadoras de fissuras encontram algumas dificuldades para se alimentar como: ingestão insuficiente, sucção deficitária, escape nasal, excessiva deglutição de ar, vômitos abundantes, engasgamentos e asfixias 1,8.

Entretanto, o grau de dificuldade está diretamente relacionado ao tipo de fissura, sendo que alguns bebês podem levar de dois a três meses para se tornarem eficazes na sucção 1.

CONSIDERAÇÕES GERAIS
Importância da amamentação natural
A alimentação durante o primeiro ano de vida é fundamental para o crescimento e desenvolvimento sadio do bebê. O aleitamento materno é considerado o mais natural e desejável método de amamentação, pois proporciona diversos benefícios para a mãe e, sobretudo para a criança2.

A amamentação proporciona à mãe sensação de prazer, solidificando o afeto pela criança iniciado durante o parto 2,3, e que pode ser afetado pela presença da malformação facial. Além disso, estimula o retorno do tamanho e posicionamento normais do útero, após o parto 3.
Para o bebê, a amamentação materna fornece alimentação adequada às suas necessidades nutricionais, auxilia no combate a infecções do ouvido médio e respiratórias 3.

É importante no desenvolvimento psicológico da criança, trazendo satisfação, prazer e segurança 3.

O ato da sucção permite o correto posicionamento da mandíbula para uma oclusão dentária normal e conseqüente mastigação correta, além de um equilíbrio neuromuscular dos tecidos que envolvem o aparelho mastigatório5.

Tipos de fissura X Dificuldades na amamentação
A classificação para fissuras lábio-palatais utilizada no Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais foi estabelecida por Spina et al7, em 1972. Abrange os aspectos morfológico e embriológico da malformação, tendo como referência o forame incisivo.

São divididas em três grupos:

· Fissura pré-forame incisivo, quando atingem apenas o lábio, com ou sem envolvimento do rebordo alveolar e asa do nariz.
· Fissura transforame incisivo, quando afetam o lábio, o rebordo alveolar e o palato.
· Fissura pós-forame incisivo, quando comprometem apenas o palato.
. Fissura pré-forame incisivo (Fissura de lábio)
De modo geral, a criança, com esse tipo de fissura, não apresenta dificuldade durante o aleitamento, pois a fenda consegue se adaptar ao seio.

A amamentação deve ser em horário livre, podendo variar de 2 a 4 horas, inclusive de madrugada. Se o recém nascido estiver com dificuldade para amamentar ou se tiver uma sucção débil, deverá receber o leite materno ordenhado através de uma colher, depois de cada tentativa de amamentação ao seio.

Se o leite ordenhado for ainda insuficiente, passa-se a complementar com leite de vaca ou industrializado 4.
Fissura transforame (fissura de lábio e palato) e pós-forame incisivo (fissura de palato)

O sucesso do aleitamento natural das crianças portadoras desse tipo de fissura depende da capacidade destas criarem o vácuo necessário para segurar o mamilo, através do fechamento da fenda com sua própria língua 4,8.

Essa capacidade está seriamente comprometida nessas crianças, sendo que as principais dificuldades são a excessiva deglutição de ar e o escape nasal de alimento.

É importante salientar que, em decorrência desse fato, as crianças se cansam mais facilmente, tornando o tempo de amamentação maior.

Nesse caso, a paciência e a perseverança materna são de grande relevância durante a alimentação4.

Quando a criança não consegue succionar o seio materno, geralmente, opta-se pelo aleitamento artificial, utilizando mamadeiras ortodônticas, pois estas promovem maior vedamento da fissura 8.

Técnicas de aleitamento para crianças portadoras de fissuras lábio-palatais
Aleitamento natural
Primeiramente, a criança deve ser mantida em posição vertical, ou semi-vertical, para melhor deglutição e para evitar o refluxo de leite pelas narinas.

Em seguida, a mãe introduz o mamilo e a aréola do seio na boca da criança 4,8. É importante evitar o contato do seio com o nariz da criança, pois poderá dificultar ou impedir a respiração 4.
A mãe deverá oferecer os seios alternadamente, começando sempre pelo que foi dado na última mamada. Se o seio estiver muito cheio de leite, a criança poderá ter dificuldades em prender o mamilo.

Nestes casos, orienta-se a ordenha para retirar um pouco de leite, antes de se oferecer o seio.
Se for necessário interromper a mamada, coloca-se o dedo mínimo no canto da boca do bebê e pressiona-se suavemente.

O tempo das mamadas deve ser livre, sendo maior que em crianças não fissuradas 4.
Aleitamento Artificial
Com a criança sentada ao colo, a mãe deve posicionar a mamadeira a 45 graus na boca da criança, mantendo o bico sempre cheio de leite, para evitar a ingestão excessiva de ar.

Para que haja estímulo de sucção, o orifício do bico da mamadeira deve ter 1 mm de diâmetro e não deve ser aumentado.

Geralmente, as mamadas são prolongadas, podendo haver paradas para descanso, devido ao esforço realizado durante a sucção.

É importante que a mãe estimule a criança a succionar, utilizando tanto o lado normal quanto o fissurado com a finalidade de estimular o desenvolvimento da musculatura facial 4.
Cuidados durante o aleitamento natural/artificial
- Manter a criança na posição mais vertical possível no colo da mãe 4,8.
Isso porque, a tuba auditiva ainda é bastante horizontalizada, e em crianças com fissura de palato, essa característica anatômica predispõe a criança à penetração de leite na tuba auditiva, dando origem a otites recorrentes.

- Antes e depois de alimentar o bebê portador de fissura, a mãe deve realizar a higiene oro-nasal com cotonetes embebidos em água fervida ou filtrada, devido ao grande acúmulo de secreção 4,8.

É importante também conscientizar a mãe sobre a importância da higienização bucal do bebê, após cada mamada.

- É importante, depois da amamentação, colocar a criança em posição vertical, para eructar, e em seguida, no berço, em decúbito lateral, com a finalidade de prevenir riscos de aspiração, em caso de regurgitamento, ou asfixia, se houver refluxo pelas narinas de parte do leite ingerido 4,8.

CONCLUSÃO
Aos profissionais de saúde e pessoas interessadas em promover os benefícios do aleitamento materno, cabe adquirir conhecimentos sobre o assunto e orientar os pais destas crianças da possibilidade da amamentação materna, principalmente em pacientes portadores de fissura pré-forame incisivo.
Entretanto, para os casos com envolvimento de palato, é necessário incentivar a mãe a oferecer o seio ao bebê.

O ideal é a amamentação materna exclusiva até os 06 (seis) meses de idade, contudo, para bebês com sucção deficiente, devem ser administrados simultaneamente a mamadeira com o leite (ordenhado, pasteurizado ou industrializado) e outros alimentos, gradativamente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. ALMEIDA, M. L. G., PASSEROTTI, A. L. A. C. Amamentação materna em fissurados: estudo retrospectivo. Pediatr. Mod., v. 21, n.2, p. 85-90, Mar., 1986.
2. CORRÊA, M. S. N. P. Odontopediatria na primeira infância. 1a. ed., São Paulo, ed. Santos,1999.
3. FALTIN JR., K. et al. A importância da amamentação natural no desenvolvimento da face. Rev. Inst. Odont. Paulista, v. 1, n.1, p.13-5, Jan/ Jun, 1983.
4. MARQUES, M.I.V.M., MARTINELLI, A. J. A alimentação das crianças portadoras de fissuras congênitas lábio-palatais nos dois primeiros anos de vida. J. Pediatr., v. 68, n. 3/4, 1992.
5. MOYERS, R.E. - Handbook of Orthodontics. 3rd. ed., Chicago, Year Book Medical Pub, 1974.
6. NAGEM FILHO, H., MORAES, N., DA ROCHA, R.G.F. Contribuição para o estudo da prevalência das más formações congênitas lábio-palatais na população escolar de Bauru. Rev. Fac. Odont. Univ. São Paulo, v.6, n.2, p.111-128, Abr/Jul, 1968.
7. SPINA, V. et al. Classificação das fissuras lábio-palatinas. Sugestão de modificação. Rev. Hosp. Clin. Fac. Med. S. Paulo, v.27, p.5-6, 1972.
8.THOMÉ, S. Estudo da Prática do aleitamento materno em crianças portadoras de malformação congênita de lábio e/ou palato. Ribeirão Preto, 1990. 245p. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto, USP